“Camareira deu falso testemunho ao júri”, dizem os promotores americanos.
O advogado de defesa teve dificuldade para negar informações sobre indivíduos que, nos últimos dois anos, depositaram cerca de US$ 100 mil na conta bancária da camareira que acusou DSK de estupro. E não puderam negar uma conversa telefônica com um preso na qual a suposta vítima "discutiu sobre o interesse de continuar as acusações contra Strauss-Kahn”.
Sobre o dinheiro, o advogado limitou-se a dizer que "não se trata de US$ 100 mil". Quanto à ligação com o preso, o advogado admitiu que ocorreu: "Quando estava ao telefone com este homem, que ela não sabia que era um traficante de drogas, disse o que aconteceu no quarto do hotel e foi consistente com o que havia contado ao júri e aos promotores desde o primeiro dia", afirmou o advogado.
O ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn foi libertado nesta sexta-feira de sua prisão domiciliar depois de uma reviravolta no caso, com a revelação de suspeitas sobre a credibilidade da vítima. As acusações, contudo, foram mantidas e ele não deve deixar o país até o fim do julgamento.
O escândalo levou DSK a renunciar ao cargo no FMI e acabou com suas chances de concorrer à Presidência francesa em 2012. Ele era um dos favoritos.
A acusação contra ele ainda não foi retirada. Mas, na França, Dominique foi inocentado. Em toda a mídia francesa só se fala nisso. Humilhados publicamente pelos americanos que se apressaram em condenar um dos políticos mais populares do país como um “pervertido”, os franceses tiveram o primeiro gosto de revanche contra um país que eles admiram tanto quanto detestam.
Este caso tem paralelo com o caso Palloci. Demonstra bem o que a imprensa é capaz de fazer. Em ambos, o objetivo foi apenas encerrar a carreira política de fortes candidatos ao governo. Um em São Paulo, outro na França.
Senão, por que será que a imprensa abandonou o caso Palloci e não se aprofundou nas razões do seu suposto enriquecimento “ilícito”?
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