terça-feira, 21 de junho de 2011

MERCADANTE É A BOLA DA VEZ

Agora que o Palloci é carta fora do baralho e o Fernando Haddad se aquietou com a falsa polêmica do “nóis pega o peixe”, o outro provável candidato do PT ao governo de São Paulo ganha as manchetes.
Aloísio Mercadante está na pauta, é o assunto do dia. Após algumas pequenas notas na Folha e no Estadão, Veja vomita uma reportagem com as reminiscências do que na época – há mais de cinco anos – essa mesma imprensa chamou de “dossiê dos aloprados”. O Globo foi logo atrás e publica hoje na cabeça da primeira página, em quatro colunas, que o MP quer retomar a investigação sobre o caso. Pegaram um promotorzinho de Cuiabá, naturalmente sedento de publicidade, para falar em nome do Ministério Público.
A oposição moribunda está vibrando com mais este linchamento público que não vai levar a nada. Certamente vai querer instaurar uma CPI para colocar novos holofotes sobre o caso e dar-lhe mais tempo de vida na pauta.
Vão tentar derrubar mais um ministro. O objetivo é perturbar o governo Dilma e não permitir que o PT apresente um candidato forte ao governo de São Paulo.
A Veja só não diz que o dossiê versava sobre um fato verdadeiro: a Máfia das Ambulâncias - que teve origem na gestão do então Ministro José Serra em 2001 - descoberta pela Operação Sanguessuga da Polícia Federal em 2006. O esquema era comandado pela empresa Planam, de Mato Grosso, da família Vedoin (Luiz Antonio e seu pai, Darci) e envolvia parlamentares e funcionários do Ministério da Saúde.
O dossiê continha vídeos e fotos em que José Serra aparece, junto com vários deputados incriminados no esquema de fraudes, entregando pessoalmente as ambulâncias em diversos municípios do Brasil e agradecendo o empenho destes nas emendas parlamentares junto a pasta da saúde. Isto além de uma reportagem da IstoÉ com depoimento dos Vedoin, fotos diversas e reportagens do Correio Brasiliense, mostrando um ofício do Secretário Executivo do Ministério da Saúde, na gestão Serra, determinando ao Fundo Nacional de Saúde para “providenciar o empenho e elaboração do convênio com os municipios”.

LULA FALA DE BLOGS AOS BLOGUEIROS

No 2º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, Lula falou sobre a importância dos blogueiros como fonte de informações alternativas. Falou da imprensa, dos falsos formadores de opinião, de democracia, de liberdade e da liberdade de expressão. Falou ainda da banda larga para todos, das mulheres e da bolinha de papel, entre outros temas.
Vale a pena ver e ouvir.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MÍDIA MUDA DE ASSUNTO

Quando faz o linchamento de alguém, a mídia o faz sempre no futuro do pretérito. Foi assim no caso Palloci e será sempre que a mídia quiser destruir alguém, isto é, o massacre é feito no condicional que indica ser a verdade de uma proposição dependente da verdade de outra.
A manipulação fica oculta e o leitor não vê os sofismas. Nem aqueles mais críticos e conscientizados.
Não importa se a manifestação do Procurador Geral da República, feita no imperativo afirmativo, foi pela legalidade e retidão das atividades profissionais de Palloci e pela inexistência de qualquer fundamento nas alegações apresentadas pela imprensa sobre sua conduta.
Mesmo assim, e considerando que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo, Dilma e Palloci decidiram pelo afastamento do “primeiro ministro”.
A Rede Gloebbels comemorou a sua saída e, depois, mudou de assunto. Palloci era carta fora do baralho e não mais interessava à pauta.
Quando à frente da Fazenda, Palloci conquistou a imagem  de pilar da estabilidade macroeconômica no mundo financeiro e empresarial.
Palloci sempre esteve nos corações e mentes dos investidores que sugeriram à Dilma o seu nome para a Casa Civil, Fazenda ou presidência do Banco Central, para o bem da economia. O HSBC até previu que a Bolsa reagiria positivamente se Palloci fosse para a Casa Civil.
Os clientes de Palocci estão entre as maiores empresas do país: Itaú Unibanco, Pão de Açúcar, Íbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, Vinícola Aurora, Siemens, Royal Transatlântico.
Como não podem existir corruptos sem corruptores, por que a imprensa e a oposição não foram pra cima dessas grandes empresas cobrar explicações? Por que são grandes anunciantes da Rede Gloebbels e importantes financiadoras das campanhas políticas?
Sim. E também porque Palloci não tem mais condições de se eleger governador de São Paulo. Participando do sucesso do governo Dilma, Palloci seria o candidato natural que reuniria o útil – o apoio de Lula e do mundo financeiro e empresarial – com o agradável – o voto da classe média paulista.
Toda a campanha contra ele, agora esquecida, teve como objetivo apenas este: manter a moribunda oposição – PSDB/DEM – no governo de São Paulo.